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Teresina, Piauí, Brazil
Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí - Casa do Cantador. Fundada em 15 de outubro 1977. Espaço de relevância cultural no Piauí que funciona como Centro de Pesquisa e de apoio a violeiros e poetas populares de vários lugares do Brasil. Localizada na Rua Lúcia, 1419, Bairro Vermelha, Teresina - Piauí - Telefone: (86) 3211-6833 E-mail: casadocantadordopiaui@hotmail.com

sexta-feira, junho 29

Estrofe da Semana:

Redescobrindo o Cordel
Do SESC patrocinado
É um trabalho fiel
Vitória do alunado
Caminho para crescer

O futuro acontecer
Na conquista do sucesso
Pro aluno evoluir
E a nação progredir
Para implantar o progresso.
        (Pedro Ribeiro)

SESC E CORDEL por Pedro Ribeiro

A contribuição que o SESC vem dando ao Cordel no Piauí, já produziu bons frutos. O projeto “Redescobrindo o Cordel” ministrado em parceria com a Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí e Ponto de Cultura “Casa do Cantador” já realizou vários cursos nas Unidades Escolares do Estado e do Município.
Os resultados são impressionantes e o alunado que já teve a oportunidade de participar dos cursos apresentou uma melhoria tanto na arte de fazer versos como no desenvolvimento da mente cuja criatividade e agilidade mental do estudante sofreram verdadeira evolução.
O “Cordel nas Escolas” é hoje apresentado em vários estados da federação com experiência implantada no exterior onde os resultados são também excelentes.
O que os governos devem fazer é encarar a experiência com toda seriedade no sentido de que não se perca essa oportunidade de oferecer aos nossos jovens o ensejo de melhoria da mente em face da superioridade da capacidade de memória, juízo, raciocínio, criatividade e agilidade mental, colocando o Brasil no mais alto patamar da cultura cordeliana.
Não temos informação se o projeto “Redescobrindo o Cordel” está sendo ministrado em outros estados da federação. Destarte, vamos pedir informações nesse sentido porque consideramos o projeto em referência uma das mais preciosas colaborações que o SESC está proporcionando ao País.
A Unidade Escolar Cristino Castelo Branco que foi agraciada com o projeto Redescobrindo o Cordel tem um carinho especial pela poesia cordelista.
Um jornalzinho elaborado por professores e alunos circula no colégio com ideias de adultos para mostrar a desenvoltura do alunado.
A professora Josefina Ferreira – cordelista do Piauí – escreve o editorial que temos a satisfação de transcrever.

EDITORIAL
Peço atenção do leitor
Para o que quero dizer
A leitura e a escrita
São caminhos para vencer
É na escola que se busca
Aprender ler e escrever.

A leitura é desafio
Que a escola deve enfrentar
É o caminho mais seguro
Para o mundo conquistar
Aproveite para ler
Nosso Jornal Escolar.

Sem domínio da leitura
Não é fácil redigir
Alunos e monitores

Buscam juntos construir
E um jornal para a escola
Acabam de produzir.

Procure ler com carinho
A produção do estudante
O que escreveram aqui
Eu considero importante
É o caminho que os leva
A ter futuro brilhante.

Cristino Castelo Branco
Recebe com emoção
Jornalzinho produzido
Com muita dedicação
E os alunos que escreveram
São do Mais Educação.

segunda-feira, junho 25

Estrofe da Semana:

O Piauí se prepara
Para os folguedos juninos
A grande festa do povo
Orgulho dos nordestinos
Na Praça do Albertão
Uma grande multidão
Foi montada uma estrutura
Para o desfile da arte
Com grupos de toda parte
Enaltecendo a cultura.

XXXVI FOLGUEDOS por Pedro Ribeiro

Teresina abre as portas da cultura popular para abrigar o maior encontro de folguedos do Nordeste realizado no Piauí.
Representantes do País e de quase todo nosso Estado, no período de 24 a 30 de junho na praça de esportes do Albertão, transformarão Teresina na capital do folclore.
De todas essas manifestações, a quadrilha foi a que sofreu maiores modificações. Os vestidões de chita se transformaram em verdadeiras fantasias de luxo com a preocupação de conquistar as plateias pela ornamentação
 As narrativas dos tiradores de quadrilha se transformaram em shows musicais, em ritmo quente capaz de contaminar os presentes, além da movimentação dos integrantes, também em ritmo quente com bastante entusiasmo.
Os folguedos representados por diversos gêneros folclóricos permanecem atraindo multidões pelo natural gosto artístico.
Cada tipo de apresentação tem seu público predileto. Do violeiro ao bumba-meu-boi, cada qual ocupando os espaços específicos de cada gosto.
A presidente da FUNDAC – Bid Lima não mediu esforços e montou uma equipe capaz de preservar a tradição que o Piauí conquistou no cenário nacional.
Desse modo, podemos afirmar que a importância do Piauí no cenário folclórico brasileiro está mantida e, certamente, com o brilhantismo de sempre.
A importância do folclore é, acima de tudo, permitir que as gerações novas assumam o lugar dos idosos para dar continuidade de cada gênero conservando o que há de característico específico de cada espécie, embora com sensíveis alterações que não modifiquem o essencial de cada gênero.
Falamos de algumas alterações entre passado e presente, mas sem destruir a estrutura básica de cada estilo, pois as quadrilhas de ontem e de hoje não se anulam pelas modificações introduzidas, pelo contrário, se tornaram mais bonitas.
A notável importância dos folguedos está confirmada pela presença das multidões que atraem, movimentando, inclusive, as atividades comerciais para melhoria de renda de muitas famílias.
Que seria de um povo sem suas manifestações culturais que desafiam os tempos na manutenção de suas tradições folclóricas.
 Confiamos e acreditamos que o Piauí continuará realizando essa página de beleza e de cultura que muito tem projetado o Piauí no cenário cultural do Brasil.

segunda-feira, junho 18

Estrofe da Semana:

No meu sertão sem inverno
A vida fica mais dura
Tudo parece um inferno
Sem feijão e rapadura
As roças todas perdidas
As cacimbas ressequidas
O povo passando fome
Com os animais morrendo
Todos estão padecendo
Criança chora e não come.

FOLGUEDOS DO PIAUÍ por Pedro Ribeiro

A Fundação Cultural do Piauí – FUNDAC iniciará no dia 24 de junho, na Praça de Esportes do Albertão, o XXXVI Encontro Nacional de Folguedos do Piauí.
Desde a primeira edição que a festa se constitui no maior acontecimento folclórico do Piauí com a participação de todo o Estado e representantes de várias Unidades do Nordeste.
Com a construção da Poti Cabana o evento passou a ser realizado naquela praça de esportes. A afluência de público quebrava todos os recordes de plateia e, deixava transparecer que jamais poderia mudar de local.
Todavia, com a reforma iniciada para recuperação da Poti Cabana, a preocupação dos dirigentes da FUNDAC era encontrar um local capaz de abrigar o evento com a mesma dimensão do anterior.
Foi uma surpresa agradável a Praça de Esportes do Albertão que, além de ter correspondido às expectativas, parece que não terá, pelo menos por enquanto, local que substitua com o mesmo brilhantismo.
Além de espaçosa, a Praça de Esportes do Albertão é mais central e oferece melhores condições de tráfego às delegações que se deslocam do Norte e do Sul do Estado, quer em se tratando de participantes do Piauí, quer delegações provenientes de outros estados do Nordeste, uma vez que o eixo rodoviário constituído das BRs 316, 222 e 343 cujo cruzamento é a atual praça de esportes.
Os folguedos foram lançados no Clube dos Diários com excelente participação de produtores culturais que tiveram a oportunidade de assistir uma ligeira amostra do que será a XXXVI edição.
A presidente da FUNDAC Marlenildes Lima da Silva (Bid Lima) fez uma bela exposição do evento que, inegavelmente, é orgulho para o nosso Estado que, a cada ano, mostra o poder e a competência dos seus organizadores. 
Previsto para o período de 24 a 30 de junho – o maior acontecimento folclórico do Estado comprovará, mais uma vez, a importância do evento para a cultura do Piauí e do Brasil.
Este ano a predominância das apresentações é do Piauí com destaque especial para as quadrilhas e bumba-meu-boi.
O Norte e Nordeste estão presentes com as atrações culturais dos estados do Pará, Maranhão, Paraíba e Sergipe.
A estreia está prevista para a noite do dia 24 de junho no parque esportivo do Albertão com apresentações do Piauí e Pernambuco.
O espetáculo tem sequência na segunda-feira com grupos folclóricos do Piauí, Pará e Maranhão.
As apresentações serão sequenciadas com encerramento no dia 30 de junho com a presença do Piauí, Pará, Maranhão e Sergipe.
É oportuno destacar que a direção dos folguedos presta homenagem a Luiz Gonzaga – incontestavelmente a maior expressão do Forró do Brasil.

sexta-feira, junho 8

Estrofe da Semana:

A festa dos violeiros
Foi uma consagração
Com coquetel e repente
Na maior animação
Na Casa do Cantador
Com vate improvisador
Para enaltecer com arte
O grande acontecimento
Nobreza de sentimento
Que a beleza reparte.

DIA DO VIOLEIRO por Pedro Ribeiro

Já é uma consagração internacional a indicação de datas, no calendário, representando determinada categoria ou grande acontecimento, santos, pessoas ou entidades.
Destarte, comemoramos o dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, dia da criança, dia de São Pedro, etc.
A classe de violeiros, desde muitos anos, vinha lutando pela confirmação do seu dia e, mais do que isso, do reconhecimento da profissão.
Essa conquista foi alcançada com o projeto do vereador Carlos Silva da Câmara Municipal de Teresina que elaborou o projeto de lei votado por unanimidade criando o DIA DO VIOLEIRO – 03 DE JUNHO.
Foi uma vitória jamais esquecida, pois ficou marcada na sensibilidade dessa gente humilde e simples que, tantos serviços tem prestado à Cultura Popular.
O dia escolhido representa o nascimento do maior dos repentistas da Literatura de Cordel do Piauí – Domingos Martins da Fonseca admirado e respeitado pelo Brasil inteiro.
O vate piauiense além de dominar, com raro brilhantismo, a arte de improvisar foi uma liderança inquestionável que lançou os primeiros esforços para organização da classe.
Nesse sentido, fundou e dirigiu a Associação dos Cantadores do Nordeste – ACN construída em Fortaleza que até nossos dias presta relevantes serviços a classe graças a atuação permanente de Dimas Mateus – um braço forte e um líder valioso dos repentistas.
A data vem sendo comemorada, na Casa do Cantador, sob a direção da Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí, com o objetivo do maior congraçamento dos nossos violeiros.
No último domingo, mais uma vez, a festa reuniu vários violeiros, familiares e convidados especiais para a harmonização da classe.
Diferente dos anos anteriores, o presidente da Instituição delegou poderes aos associados os quais se reuniram, escolheram uma comissão formada somente por violeiros para organizarem e realizarem a festa.
Foi uma experiência notável que deverá ser mantida para o futuro, em face do brilhantismo alcançado, além da organização impecável e o entusiasmo como todos se sentiram.
O acontecimento foi iniciado as 16h00 com a palavra do presidente da AVIPOP – Pedro Mendes Ribeiro que fez uma completa exposição das dificuldades e das conquistas que a classe vem conseguindo, destacando o resgate total da Literatura de Cordel no Brasil e no mundo.
A festa teve prosseguimento com coquetel servido aos presentes seguido de apresentações de duplas de violeiros que duelaram sob os aplausos da plateia que solicitarou estilos, canções e motes, enquanto os vates se revezavam no palco “Josafá de Oliveira”.
Foi uma festa inesquecível cuja organização será mantida para o futuro.
Prestigiaram as comemorações: Joaquim Mendes Sobrinho – JOAMES, Maria Viana, cordelista Josefina, violeiros: Aureliano dos Santos, Manoel Lucas, José Edimar, José Maurício, Nonatinho, Raimundo Britto, Toinha Brito, Maria Ferreira, Cícero Alves, Antonio Marcos, Agamenon e Zé Barbosa.

sexta-feira, junho 1

A MORTE NÃO É O FIM por Pedro Ribeiro

Antonio Pereira de Sena era um policial militar reformado, integrante dos quadros da gloriosa Polícia Militar do Piauí. Foi destacado como delegado em vários municípios do Piauí.
No exercício da difícil missão, Sena como era conhecido, não deixou inimigos por onde passou porque, no comando de suas funções, a meta era cumprir a lei, sem perseguições e violência.
Dia 21 de maio participava de um aniversário quando se sentiu mal e, pouco depois era vítima de violenta parada cardíaca.

Com cada amigo que morre
A gente parte também
É Lei Sagrada de Deus
Que ao destino convém
Todos nós somos mortais
Nem é menos, nem é mais,
Que vivemos nesse mundo
O destino marca o tempo
Partimos qualquer momento
Num sentimento profundo.

Quando em nossa juventude
Tudo é flor, é novidade,
Pois esbanjamos saúde
No palco da mocidade
Não nos preocupa a sorte
E nem pensamos na morte
Já qu’a vida é maravilha
Nossa vida é o presente
Alegres, sempre contente,
Pois o futuro nos brilha.

Mas surge o passar dos anos
Trazendo interrogações
Com lutas e desenganos
Modificando as ações
É inversão do passado
Novo caminho traçado
Pra construir o futuro
Com mulher, filhos e netos,
Formatar outros projetos
Pro novo mundo seguro.

A caminhada do Sena
Construída com sucesso
Com atitude serena
Edificando o progresso
Um militar de valor
Caráter superior
Com invulgar dignidade
Honrou sua profissão
Com toda dedicação
Com imparcialidade.
A vida é uma passagem
Para percorrer o mundo
Construir uma mensagem
Do simples para o profundo
Para difundir o amor
Na pregação do Senhor
Com a paz para esperança
Vivendo para irmandade
Pregando a fraternidade
Espalhando confiança.

Sena era muito admirado
Para cumprir seu dever
E por todos respeitado
Pelo que tinha a fazer
Amigo, simples, fiel,
Perdi o meu coronel
Não praticava injustiça
Por todos tinha respeito
Honesto, amável, direito,
Sem s’afastar da justiça.

Aonde foi destacado
Apenas deixou amigos
Seu trabalho elogiado
Sem arranjar inimigos
Sempre impunha sua ordem
Dirigia sem desordem
Pois sabia comandar
E todos lhe obedeciam
Porque todos lhe queriam
Dia e noite a trabalhar.

Quem sabe plantar o bem
Distribuir amizade
Receberá recompensa
Com toda amabilidade
Na terra foi um troféu
Foi recebido no céu
Pelo trabalho que fez
Jamais será esquecido
Vivo ou morto aplaudido
Com respeito e altivez.
Sena deixa uma família
Mergulhada na tristeza
Entre choro, dor e lágrimas,
Numa triste realeza
No suplício da saudade
Só Deus com sua bondade
Pode trazer o conforto
De um novo entendimento
Na inversão do momento
Na concepção do morto.

Sena partiu, mas deixou,
Edite pra comandar
Três filhas; Helizoleide,
Helenilza pra somar
E Helizeuda completa
Paulo Rosa faz a meta
Com outro genro Paulinho
Paula Camila e Vitória
Paula e Artur fazem glória
Eduarda são netinhos.

Se a morte fosse o fim
A vida não tinha brilho
Jesus foi Mestre e filho
E a todos falou assim:
Não se esqueçam de mim
Que lhes darei o perdão
Ouvirei a oração
Que for a mim dirigida
Depois da morte outra vida
Para glorificação.