Pedro Mendes Ribeiro
O jornalista, filósofo e estatístico Pedro Mendes Ribeiro é uma daquelas personalidades que só se pode dizer que deixou sua marca em qualquer atividade que tenha exercido.
Como jornalista trabalhou em diversos meios, inclusive no O DIA. Trabalhou na Rádio Difusora por sete anos e depois ajudou a fundar a Rádio Clube, em 1961, e esteve em todos os postos de direção da Rádio, como, por exemplo, diretor de jornalismo.
Ainda na área do jornalismo, Pedro Ribeiro Mendes foi até correspondente internacional trabalhando para a UPI – United Press Internacional e para a Sport Press.
Em 1964, conheceu uma importante personalidade de Teresina, o professor Cordão, com quem fundou a APAEs ( Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), em todo o Nordeste, incluindo Teresina.
Foi também fundador da Associação( hoje sindicato) dos Radialistas e da APCDEPI ( Associação dos Profissionais Cronistas Desportivos do Estado do Piauí). “Foi quando se institucionou o primeiro campeonato intermunicipal do Piauí”, recorda.
Com a ameaça do seu fim, o professor Pedro Mendes Ribeiro, saiu em defesa do “Sindicato dos Jornalistas do Piauí, como interventor e impediu que ele acabasse. Regularizou sua situação, realizou eleições e foi eleito presidente.
A década de 70 foi marcante para Pedro Mendes Ribeiro em vários sentidos, principalmente por ter sido neste período que deu um passo muito importante em uma atividade da sua vida, talvez a mais marcante: a luta ao lado das artes e dos artistas populares. “Depois de uma andança por vários estados do Nordeste, e de constatar a triste realidade de que estavam esquecendo a literatura de cordel, resolvemos resgatar essa bela arte”, destaca o professor.
E exatamente em 1971 aconteceu em Teresina o 1º Festival de Violeiros do Piauí ( hoje do país e do mundo).
O resgate foi ainda mais completo quando , em 1975, o então Prefeito Wall Ferraz resolveu colocar o Festival de Violeiros dentro da Programação de Aniversário de Teresina, em agosto. Nesta mesma época, pesquisadores dos Estados Unidos estiveram em Teresina para observar o nosso Festival de Violeiros de perto. E ao concluírem seus estudos, repassaram seus dados para a França e para o resto da Europa. O resultado final não poderia ter sido mais positivo para a arte popular brasileira. “Hoje existem várias teses de mestrado e doutorado sobre literatura de cordel”, afirma.
É também graças a Pedro Ribeiro Mendes que Teresina tem também o único museu de Repente do mundo. “Hoje podemos dizer que a literatura de cordel está completamente resgatada. A criação do Museu, da Casa do Cantador e de muitas outras devemos em grande parte a contribuição do empresário João Claudino Fernandes”, reconhece. A Casa do Cantador, destacada pelo professor ( e coordenador do local), presta assistência total aos violeiros do Piauí e seus familiares. Pedro Mendes ribeiro faz questão de lembrar ainda que no próximo mês de agosto será inaugurado em Teresina a Academia Nordestina de Literatura de Cordel.
Pedro Mendes Ribeiro é também professor muito lembrado e querido pelos seus alunos. Para esta atividade de sua vida um acontecimento registrado em 1954 foi, segundo ele, fundamentalmente importante. Foi, neste ano, escolhido pelo Ministério da Educação “o melhor aluno do Piauí”. Como prêmio, ganhou viagens para o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. “Menino do Piauí saúda o futuro presidente da República era a manchete que estampavam os jornais da época em que Juscelino Kubitscheck estava prestes a assumir a presidência.
Foi professor da Faculdade Católica do Piauí, da Universidade Federal do Piauí até 1988 e de várias outras faculdades.
Pedro Mendes Ribeiro, mesmo depois de tantas continua trabalhando com muito vigor. Ainda é forte defensor da nossa cultura popular, como também do nosso Piauí como um todo.
