As comemorações sobre o Natal – a
maior festa da cristandade – encantam o mundo inteiro, especialmente os
cristãos. O que não sabíamos é que esses festejos tiveram início no Brasil que
dimensionou a grandeza desse acontecimento.Instituída no século II pelo Papa
Telesforo, a data que se comemora atualmente foi marcada pelo Papa Júlio I.
“Árvore de Natal – Natal de Rua – Entende-se por essa expressão, o
sistema, hoje praticamente universal, de se ornamentarem as ruas, fachadas,
praças e jardins particulares, com lanternas, lâmpadas coloridas e enfeites
típicos, por ocasião do natal”. É oportuno sabermos que “o
idealizador desse costume foi um moço paulista Carlos Mazzei, filho de
italianos”.
Herdara dos pais, os ensinamentos
cristãos. Católico praticante, festejava o nascimento de Cristo com grandes
solenidades e efusivas alegrias. “Desde sua adolescência, seu
espírito de observação foi acumulando uma profunda piedade por inúmeros
semelhantes seus, menos afortunados, que não possuíam recursos para que o seu
natal se tornasse uma data mais festiva e algo diferente da triste rotina de
privações de todos os outros dias”.
Com essa preocupação e espírito
solidário “idealizou então um meio de transformar as praças públicas, as ruas
da cidade, os logradouros comuns, em grandes presépios coletivos”. “Em novembro de 1935, solicitou,
por meio de um requerimento, ao prefeito da cidade de São Paulo, em nome da sua
firma de publicidade, que mandasse ornamentar a cidade para a festiva
comemoração do nascimento de Cristo, justificando detalhadamente os nobres e
cristãos motivos de suas pretensões”. “Sua ideia, porém, não teve, na
época, por parte das autoridades a devida compreensão”.
Como não foi atendido, “iniciou
sozinho a campanha, junto com particulares, para que se realizasse o seu
propósito, pela colaboração privada”. “Somente após 18 anos de luta e
persistência, foi possível ver o seu sonho realizado, quando o então prefeito
de São Paulo, Dr. Jânio da Silva Quadros, aprovou o requerimento”. O movimento se intensificava. O
Brasil começava a chamar a atenção de outros países para a importância e a fé
de se comemorar com mais destaque o nascimento do Menino Jesus.
A festa se propagou em outros
estados e países e, hoje é universal. Todavia, teve seu nascedouro no Brasil. “Todos os povos sentiram a glória
na atmosfera das ruas e das praças a alegria contagiante do Natal”. “Com isto, ganhou também o
comércio e a indústria, pois a euforia provocada pelo festivo ambiente coletivo
predispõe à generosidade e à grandeza de alma, além de centena de reportagens
que se fazem em todo o país, a respeito da iniciativa do Barão Carlos Mazzei”. “A Câmara Municipal de São Paulo
o homenageou com um voto de louvor e, pelas mãos do Dr. Ademar Pereira de
Barros, a medalha de AMIGO DA CIDADE DE
SÃO PAULO, tendo sido o primeiro e único brasileiro até hoje a receber tal
distinção”.
“Possuidor de dezenas de
condecorações e diplomas nacionais e estrangeiros é também o Barão Carlos
Mazzei um benemérito de dezenas de Instituições de Caridade, às quais assistia
com largueza e sem alarde”. Como vimos, as comemorações da
maior festa da Cristandade, tiveram sua origem no Brasil. Por acreditarmos que
pouquíssimos brasileiros tenham conhecimento desse fato, tivemos a iniciativa
de informa-lo aos nossos leitores.
Como estrofe da semana,
divulgamos o soneto de Domingo Fonseca sob o título “MAIS UM NATAL”:
Mais um Natal que passa... E a
pobreza
Continua a chorar de mãos vazias
Trezentos e sessenta e cinco dias
E seis horas de sonho e de
incerteza!…
Surge um novo Natal… Nova
tristeza
Para os que sofrem. Novas
iguarias,
Novas harpas vibrando em melodias
Em torno dos banquetes da
nobreza.
Ó Menino Jesus! Espírito Santo,
Tu que em trinta e três anos de
existência,
Entre os homens padecestes tanto,
Roga a Deus – a Suprema
Divindade,
Para nos dar ao menos paciência,
Já que fez desigual a humanidade!…